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Bruna Surfistinha revelou ter sido abusada sexualmente pelo próprio pai quando tinha apenas 7 anos. A revelação foi feita em entrevista à revista Marie Claire.

A ex-garota de programa foi adotada aos 5 anos de idade, mas fugiu da casa dos pais aos 17. Em pouco tempo, ela ganhou notoriedade por criar um blog contando suas experiências com a prostituição e adotou o nome Bruna Surfistinha.

16 anos após deixar a prostituição, Raquel escreveu quatro livros e foi inspiração para filmes e séries, como “Bruna Surfistinha” e “Me Chama de Bruna”.

Questionada sobre ter sofrido algum tipo de abuso sexual, Bruna Surfistinha respondeu que sim. “Eu tinha uns 7 anos e acordei com o meu pai passando a mão no meu corpo”.

“Me assustei, mas não tinha noção do que estava acontecendo e aquilo nunca mais se repetiu. Mas só entendi e elaborei isso muito recentemente. Em uma constelação familiar”, afirmou a ex-garota de programa.

“Numa dessas práticas de constelação, minha mãe adotiva não conseguia olhar para a minha mãe biológica. Parei por causa da pandemia, mas entendi, com isso, que meu pai adotivo pode ser meu pai biológico”, confessou.

“Na constelação familiar, minha mãe biológica não conseguia ficar frente a frente com o meu pai. Ele chorava e também não conseguia olhar para a minha mãe, mas com um sentimento diferente. Ele sentia culpa e ela, mágoa.”

Sobre sua mãe biológica, Rachel Pacheco acredita ser alguém próximo a família. “Pode ser uma tia materna, alguma parente próxima. Hoje percebi que, além de minha mãe adotiva não ter voz e ter se anulado, ela guardava muita coisa. “Quando fugi, talvez tenha sido um alívio, porque mais uma pessoa dessa teia foi embora da vida dela. Pode ser esse o motivo de ela não me aceitar até hoje.”

Surfistinha contou como descobriu que foi adotada. “Eu tinha 5 anos. Minha mãe estava me arrumando para a escola e do nada falou: “Preciso te contar uma coisa.”


“Foi muito violento, lembro como se fosse ontem. Aos 12 anos, esse assunto voltou à tona e meu pai me disse: ‘Se um dia você quiser saber sua história, pode conversar com a gente'”, explicou Bruna.

Na sua descrição no Instagram, Bruna Surfistinha se descreve como aquela que deu certo. Questionada, ela afirmou: “Quem é a Bruna para você hoje?’. Falei, muito espontaneamente: ‘É aquela que deu certo’. Porque consegui sair da prostituição e não são todas que têm essa oportunidade.”

Como denunciar casos de abuso infantil e como orientar a criança

Diariamente, crianças e adolescentes são expostos à violência sexual. Até abril de 2019, o Disque 100 recebeu mais de 4 mil denúncias de abuso infantil em todo o Brasil, mas sabemos que esses dados não estão nem perto da realidade, uma vez que ainda é difícil ter estatísticas que realmente abranjam o problema de forma real.

Tipos de abuso infantil

É importante lembrar que abuso sexual, violência sexual e pedofilia são coisas distintas.  Segundo o Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes:

Pedofilia: Diz respeito aos transtornos de personalidade causados pela preferência sexual por crianças e adolescentes. O pedófilo não necessariamente pratica o ato de abusar sexualmente de meninos ou meninas.

Violência Sexual: A violência sexual praticada contra crianças e adolescentes é uma violação dos direitos sexuais porque abusa e/ou explora do corpo e da sexualidade de garotas e garotos. Ela pode ocorrer de duas formas: abuso sexual e exploração sexual (turismo sexual, pornografia, tráfico e prostituição).

Abuso sexual: Nem todo pedófilo é abusador, nem todo abusador é pedófilo. Abusador é quem comete a violência sexual, independentemente de qualquer transtorno de personalidade, se aproveitando da relação familiar (pais, padrastos, primos, etc.), de proximidade social (vizinhos, professores, religiosos etc.), ou da vantagem etária e econômica.

Exploração sexual: É a forma de crime sexual contra crianças e adolescentes conseguido por meio de pagamento ou troca. A exploração sexual pode envolver, além do próprio agressor, o aliciador, intermediário que se beneficia comercialmente do abuso. A exploração sexual pode acontecer de quatro formas: em redes de prostituição, de tráfico de pessoas, pornografia e turismo sexual.

Como denunciar

Há algumas formas de denunciar casos de violência sexual a menores de idade:

Disque 100

Como nos casos de racismo, homofobia e outras violações de direitos humanos, qualquer cidadão pode fazer uma denúncia anônima sobre casos abuso infantil pelo Disque 100. A denúncia será analisada e encaminhada aos órgãos de proteção, defesa e responsabilização em direitos humanos, respeitando as competências de cada órgão.

Aplicativo Proteja Brasil

Depois de instalar o aplicativo gratuito em seu celular, o usuário rapidinho, respondendo um formulário simples, registra a denúncia, a qual será recebida pela mesma central de atendimento do Disque 100. Se quiser acompanhar a denúncia, basta ligar para o Disque 100 e fornecer dados da denúncia.

Ouvidoria Online

O usuário preenche o formulário disponível aqui e registra a denúncia, a qual também será recebida pela mesma central de atendimento do Disque 100. Se quiser acompanhar a denúncia, basta ligar para o Disque 100 e fornecer dados da denúncia.

ONGs

Se for possível, procure Organizações que atuam para o combate ao problema, como o ChildFund Brasil e a Childhood Brasil.

Safernet

A Safernet é uma organização social que recebe denúncias de crimes que acontecem contra os direitos humanos na internet, incluindo pornografia infantil e tráfico de pessoas.

Conselho Tutelar

O Conselho Tutelar é responsável pelo atendimento de crianças e adolescentes ameaçados ou violados em seus direitos. Pode aplicar medidas com força de lei. A denúncia pode ser feita por telefone ou pessoalmente, na sede do conselho. Encontre o telefone do Conselho Tutelar mais próximo digitando “Conselho Tutelar + o nome do seu município” no Google.

CREAS / CRAS

Os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) realizam o atendimento em atenção básica à população em geral, e os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS) oferecem o atendimento de média complexidade, que inclui o atendimento psicossocial a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Acesse o site do Ministério da Cidadania, localize as unidades por Estado ou município.

Ministério Público

Responsável pela fiscalização do cumprimento da lei. Os promotores de justiça têm sido fortes aliados do movimento social de defesa dos direitos da criança e do adolescente. Todo Estado conta com um Centro de Apoio Operacional (CAO), que pode e deve ser acessado na defesa e garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes. No site da Childhood Brasil você encontra o contato do MP de todos os estados brasileiros.









fonte:msn

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