As fanfarras escolares da rede estadual de ensino, policiais e bombeiros militares tomaram as ruas do centro de Salvador durante a realização do Desfile Cívico do 7 de Setembro, quando o Brasil celebra 202 anos da independência de Portugal. As comemorações foram iniciadas no Corredor da Vitória, com o hasteamento das bandeiras, que contou com a participação de diversas autoridades. 

Este ano, o evento foi coordenado pelo Exército Brasileiro. “Mais de dez mil pessoas participaram do ato, com todas as tropas da Marinha, Exército, Aeronáutica, Corpo de Bombeiros e PM participando, assim como as escolas, instituições e agremiações. Foi o momento de os civis demonstrarem o seu amor à pátria e reavivar os seus valores de civismo”, pontuou o chefe de comunicação social do Exército, coronel Marcelo Brum. Para as Forças Armadas, também foram comemorados os 80 anos da entrada da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial nos Campos da Itália.


Ansiosa para ver o filho, que, pela primeira vez, desfilou no 7 de setembro, a técnica de enfermagem Derineldes Santos Lopes, de 52 anos, falou sobre o que esse momento representa para ela e toda a família. “Patriotismo, amor pelo nosso país, pelos nossos deveres cívicos. É um momento de emoção pra gente. Esse ano viemos prestigiar o meu filho de 19 anos, já nas Forças Armadas. Sabemos que é um caminho difícil de ser escolhido. E ele escolheu servir à pátria. Então, estou muito orgulhosa”, contou. 

Cerca de 2 mil bombeiros e policiais militares baianos, que integram as unidades operacionais, administrativas, de ensino e da reserva remunerada (veteranos) desfilaram, assim como alunos e ex-alunos dos Colégios da Polícia Militar (CPM) e da creche da instituição. A frota de veículos da corporação foi representada por viaturas históricas, motocicletas, caminhões, motos náuticas e bases móveis.


“Os policiais militares também atuaram ao longo do trajeto do desfile, nos principais corredores de tráfego, nos acessos ao evento, nos pontos de ônibus e estações de transbordo”, explicou o comandante-geral da Polícia Militar da Bahia (PMBA), coronel Paulo Coutinho. 

A Banda de Música Maestro Wanderley, patrimônio cultural dos baianos, executou marchas e dobrados. O público assistiu, também, aos cães do Batalhão de Choque, ao Batalhão de Operações Especiais (Bope), aos cavalos do Esquadrão de Polícia Montada, ao sobrevoo da aeronave do Grupamento Aéreo (Graer) e aos policiais das Companhias Independentes de Policiamento Especializado (Cipe), e da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa), utilizando trajes camuflados.


A jornalista de 38 anos, Renata de Santa Maria Reis, levou o filho Bernardo de oito para acompanhar o ato cívico. “Acho muito importante ele conhecer a história da cidade, da independência e as autoridades que participam desse momento. O pai dele é salva-vidas e também desfilou, então ele já tem uma referência”, afirmou. 

Outro momento bastante esperado foi a apresentação das Fanfarras Escolares, organizadas pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC). Mais de 600 estudantes de nove unidades escolares da capital e de 101 municípios baianos deram um show de talento ao executar coreografias e tocar instrumentos musicais de sopro e percussão. Para fortalecer a manutenção das bandas e estimular a participação dos estudantes em celebrações de acontecimentos históricos e culturais, foram investidos neste ano de 2024, R$ 1,5 milhão. 


Representando a Bamasi, do Colégio Estadual Américo Simas, em Lauro de Freitas, Marcos Vinícius Santos, 23, atua há dois anos como porta cartel, função que identifica a categoria da corporação musical e é o destaque da fanfarra. “É um sentimento de amor, de paixão, a gente faz porque gosta. E acabamos vivendo a cultura do Brasil, que é muito importante”, disse. 

Este ano, em Salvador, participaram, ainda, as bandas e fanfarras das seguintes unidades escolares: Colégio Estadual Raphael Serravalle, Colégio Estadual Pedro Paulo Marques e Marques, Colégio Estadual Luiz Viana, Colégio Estadual Professor Carlos Alberto, Colégio Estadual Azevedo Fernandes, Colégio Estadual Alfredo Agostinho de Deus e Colégio Estadual Raul Sá.


As festividades pela celebração da Independência do Brasil tiveram início em 25 de junho, em Cachoeira, e, no dia 2 de julho, em Salvador. Para finalizar as comemorações, o desfile cívico-militar, neste 7 de setembro, aconteceu tanto na capital como em toda a Bahia.

Segurança no desfile

Para reforçar o policiamento durante o ato cívico, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) ainda disponibilizou 268 câmeras, sendo 14 de reconhecimento facial. “Tivemos diversas forças de segurança estaduais, militares, da sociedade civil organizada, fazendo a sua participação. São quase dois mil policiais militares e bombeiros desfilando na Bahia”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner.

As ações de incremento policial seguiram até o término da celebração da independência na capital com o 30° Grito dos Excluídos, no bairro do Campo Grande, e seguiu até a Praça Castro Alves, Centro de Salvador. Sob o mote "Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?", o ato contou com a tradicional participação popular e de movimentos sociais, religiosos e centrais sindicais. O objetivo foi motivar a luta contra as pessoas que sofrem, diariamente, todo tipo de discriminação.


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