O candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), admitiu que o vídeo em que aparece sendo levado de ambulância para o hospital, após ser atingido por uma cadeira durante o debate da TV Cultura, foi encenado. A gravação, publicada em seu Instagram, mostra Marçal recebendo oxigênio dentro do veículo de emergência. "Nem precisava daquela ambulância. Eles queriam fazer uma cena. Dava pra ir correndo pro hospital", disse o ex-coach em uma filmagem obtida pela reportagem. Marçal não respondeu aos pedidos de comentário.
Em outro trecho do vídeo, Marçal revelou que permitiu que o apresentador José Luiz Datena (PSDB) o atingisse com a cadeira de propósito durante o debate. "Eu poderia ter segurado aquela cadeira. Poderia ter reagido. Fiz questão de levar. Este é o momento de mostrar quem as pessoas realmente são. Já mostrei minha pior versão, agora vou mostrar a melhor", afirmou o candidato.
A TV Record apurou que as declarações de Marçal ocorreram durante um evento com empresários, no qual ele solicitava doações para sua campanha. A equipe da reportagem tentou contato com a assessoria do candidato, mas não obteve resposta até a publicação.
Em outro vídeo acessado pela reportagem, Marçal mencionou uma conversa com sua esposa, na qual afirmou estar disposto a investir R$ 10 milhões em sua campanha. "Liguei pra minha esposa e disse que ia colocar R$ 10 milhões na campanha hoje. Ela me lembrou da promessa de não envolver nossa família nisso", relatou o candidato.
Marçal também criticou a falta de apoio financeiro, apesar das agressões físicas que tem sofrido, como cadeiradas e ataques. "Estou tomando porrada e cadeirada, e muita gente que poderia ajudar fica só assistindo pra ver o que acontece. Vou dizer o que pode acontecer", alfinetou.
Ele ainda comentou sobre o adversário Guilherme Boulos (PSOL), dizendo que, caso ele não entrasse na eleição, Boulos venceria facilmente e levaria "uma associação criminosa" para o governo, com apoio do ex-presidente Lula. "Se o Lula apertar, acabou", afirmou Marçal.
Referindo-se ao incidente com Datena, Marçal ironizou a situação: "Hoje estão me zoando, fazendo meme. Melhor isso do que sair preso por agredir um idoso", aludindo ao apresentador de TV.
Marçal destacou que, nos debates, não pode ceder espaço aos adversários. Ele criticou as tentativas de ligá-lo ao crime organizado e ao PCC (Primeiro Comando da Capital). "No último debate, fiz uma acusação sobre o Ricardo [prefeito de São Paulo] que eu normalmente não faria, relacionando-o à criminalidade", afirmou, sem dar detalhes. "Sim, fui processado criminalmente, mas nunca roubei nada de ninguém. Esses caras nunca vão me chamar de maluco."
Recentemente, o pastor Silas Malafaia criticou o vídeo de Marçal na ambulância, classificando-o como uma "farsa" e um "show de pirotecnia". As declarações de Malafaia foram feitas em suas redes sociais na segunda-feira (16).´