Lideranças comunitárias de Paripe, em Salvador, participaram de uma roda de conversa sobre ações do ‘Programa Bahia Pela Paz’ (BPP), nesta quarta-feira (23), no Colégio Estadual Barros Barreto. A escuta das demandas das comunidades é uma das estratégias do programa, que tem como foco promover medidas de prevenção à violência letal e outras formas de violações de direitos.
O primeiro diálogo com as associações comunitárias do bairro foi uma oportunidade para tratar sobre as perspectivas do BPP, e sobre a instalação dos ‘Coletivos Bahia Pela Paz’, que propõe a articulação e integração, em rede, de políticas públicas de garantia de direitos das juventudes periféricas nas comunidades beneficiárias do programa.
O projeto 'Coletivos pela Paz' prevê uma série de ações voltadas ao exercício da cidadania, garantia de direitos e a inclusão social de crianças, adolescentes e jovens que se encontram em situação de vulnerabilidade social e econômica. Na etapa inicial, serão contempladas 24 comunidades periféricas de nove municípios baianos, localizados em Salvador, Região Metropolitana e no interior, com altos índices de violência letal.
Os equipamentos serão implantados para atuar em estreita parceria com iniciativas municipais e do terceiro setor locais, com iniciativas estaduais nas áreas do esporte, cultura, lazer, profissionalização, empreendedorismo e redução de riscos e danos.
"O programa é focado no desenvolvimento social do território e na redução da letalidade, sobretudo dos jovens e adolescentes nas comunidades. O enfrentamento à violência não é uma tarefa somente do Estado, mas é uma tarefa coletiva. Nosso esforço é encontrar sugestões e alternativas para manter a atividade das juventudes, porque elas têm sonhos, precisam pensar no futuro", destacou Nascimento.
Representantes de oito associações comunitárias de Paripe participaram da escuta social e apresentaram sugestões e considerações, apontando caminhos para efetivar o programa na localidade. Trazer melhores condições de vida aos jovens que vivem em Paripe, com a efetivação de políticas públicas que possam garantir empregabilidade, educação e saúde é o desejo do publicitário e coordenador do ‘Instituto Jovens Periféricos’, Jadson Palma. Ele disse que avalia o BPP, como uma alternativa para mudar a realidade da comunidade.
"Os coletivos precisam ser incluídos com a proposta do Bahia Pela Paz. O poder público precisa atuar dentro dessas instituições e trazer recursos que apoiem os projetos. Ficamos gratos por esse momento e que possamos ter mais escutas para colaborar com as ações e ajudar a nossa comunidade", afirmou o publicitário.
Outros órgãos públicos participaram da escuta social, levando informações das suas pastas, a exemplo das secretarias de Cultura (Secult); de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos Originários e Comunidades Tradicionais (Sepromi); além da Coordenação Estadual da Juventude (Cojuve); do Cras (Centro de Referência da Assistência Social) e do Conselho Tutelar de Paripe.
Caravana e ações do Bahia Pela Paz
O BPP está chegando aos bairros de Salvador através dos ‘Diálogos Sociais’ e de edições especiais da ‘Caravana de Direitos Humanos’, que leva para a localidade iniciativas voltadas ao fortalecimento da cidadania. A Caravana disponibiliza serviços básicos como emissão de documentação civil, mas, também, promove ações voltadas à 'Educação e Cultura em Direitos Humanos'.
A ação itinerante, coordenada pela SJD), agrega diversas instituições públicas e privadas para promover o acesso à justiça e a cidadania. Em Paripe, a Caravana de Direitos está prevista para acontecer no próximo mês de novembro.
Outras ações no âmbito do Bahia Pela Paz serão realizadas em Paripe, ainda neste mês de outubro. Nesta quarta, a Secult realiza uma ‘Oficina de Capacitação e Elaboração para os Editais de Cultura’. Na próxima quinta-feira (31), será a vez da Sepromi promover a ‘Oficina Empreendedorismo Negro’, também no Colégio Estadual Barros Barreto.
Bahia Pela Paz
O Bahia pela Paz se propõe a enfrentar na Bahia, uma realidade complexa e profundamente desafiadora, que vem colocando em cheque o futuro da sociedade brasileira. Em todo o país, a violência letal vem atingindo a juventude de forma significativa. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que, em 2022, 77% das vítimas de violência letal no Brasil eram pessoas negras e, dessas pessoas que perderam suas vidas, mais da metade eram crianças e jovens, entre 12 e 29 anos.
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( Ascom/SJDH)