Lívia Maria Ponzoni de Abreu, 41 anos, médica anestesiologista, foi liberada da prisão nesta segunda-feira (23/6) após pagar fiança de R$ 30.360, o equivalente a 20 salários mínimos. Ela havia sido detida no domingo (22/6) por atacar com spray de pimenta uma família dentro da Catedral Nossa Senhora do Desterro, em Jundiaí (SP), durante uma missa.
O caso ganhou grande repercussão devido à gravidade da ação: entre as vítimas estava uma criança de apenas 2 anos. O gás afetou ainda uma mulher grávida, um homem de 27 anos e outros fiéis que estavam no templo.
Segundo o boletim de ocorrência, o ataque foi motivado por uma discussão envolvendo o comportamento da criança, que brincava no corredor da igreja. Irritada, a médica teria agido de forma ríspida e, após um desentendimento com a mãe da menina, disparou o spray diretamente no rosto da criança e da mulher.
A exposição ao agente químico causou tosse intensa, vômitos e irritação ocular na criança, além de mal-estar generalizado na igreja, que precisou ser evacuada.
Restrições impostas pela Justiça
Na audiência de custódia, a Justiça concedeu liberdade provisória à médica, mas com medidas cautelares. Lívia está proibida de se aproximar das vítimas e deve manter uma distância mínima de 200 metros delas. Além disso, não poderá frequentar nenhuma igreja ou local destinado a cultos religiosos num raio de 50 quilômetros da Catedral onde o caso ocorreu.
A médica também deve comparecer a todos os atos do processo, não poderá mudar de endereço sem informar o juiz e não poderá sair da comarca por mais de 10 dias sem autorização judicial.
Justificativa da acusada
Durante depoimento, Lívia alegou que usou o spray para se defender após se sentir ameaçada. No entanto, testemunhas e imagens analisadas pela polícia apontam que sua reação foi desproporcional e colocou em risco a saúde de dezenas de pessoas presentes na missa.
Após o tumulto, a médica ainda teria usado o spray contra pessoas em situação de rua nas proximidades da igreja. O carro em que ela estava chegou a ser cercado por populares revoltados, que danificaram o veículo até a chegada da Guarda Municipal.
Repercussão
A Diocese de Jundiaí publicou uma nota oficial repudiando o episódio e destacando que a violência contraria os valores de acolhimento e paz que devem prevalecer em espaços religiosos.
O caso foi registrado como lesão corporal, lesão contra menor de idade e uso de gás tóxico. O spray de pimenta foi apreendido, e a médica segue respondendo ao processo em liberdade.
Quem é Lívia Ponzoni
Formada em Medicina pela Universidade de Taubaté em 2011, Lívia atua na área de anestesiologia, com experiência em casos de urgência e atendimentos clínicos. Segundo perfis de avaliação online, era descrita como dedicada ao atendimento individualizado dos pacientes.