Em declaração feita durante ato do Dia do Trabalhador, em São Paulo, nesta quinta-feira (1), o ministro Luiz Marinho (Trabalho) afirmou que a continuidade de Carlos Lupi no comando do Ministério da Previdência Social será definida com base em critérios políticos, e não apenas pela análise de sua responsabilidade direta na crise das fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

A situação de Lupi se agravou após a deflagração da operação Sem Desconto, realizada na última quarta-feira (23) pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU). A ação apura irregularidades em descontos aplicados sobre aposentadorias e pensões, e culminou na demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Desde então, o titular da Previdência passou a enfrentar pressão crescente no governo e no Congresso.

Marinho evitou emitir juízo de valor sobre a permanência de Lupi, mas destacou que decisões dessa natureza envolvem o equilíbrio político no Executivo. "A continuidade de um ministro muitas vezes passa pela avaliação política, não simplesmente se o ministro tem culpa ou não tem culpa", afirmou. "Você pode ter uma situação política de ausência de sustentabilidade ou manutenção da sustentabilidade."

O ministro acrescentou que, diante de crises como a atual, cabe ao próprio gestor avaliar se tem capacidade de seguir no cargo e garantir a estabilidade. "Muitas vezes, é o próprio ministro que faz a avaliação sobre se tem condições de resolver o problema e dar segurança para a sociedade brasileira", disse.

Marinho ressaltou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governo federal determinaram a apuração rigorosa do caso. "As diretrizes e determinação do presidente Lula, da instância de governo, são para apurar e para resolver. Portanto, o ministro Lupi tem as ferramentas agora, com a nova gestão do INSS, para poder tomar as decisões, fazer as correções de rota e dar garantia à sociedade", ressaltou o titular da pasta do Trabalho, de acordo com a reportagem. Segundo ele, a eventual permanência ou substituição de Lupi caberá exclusivamente ao presidente da República.

O ministro do Trabalho também rechaçou a ideia de que a crise envolvendo o INSS possa comprometer a candidatura de Lula à reeleição em 2026. "O governo está demonstrando o seguinte: que vai tratar com rigor e vai solucionar o problema. Portanto, aqui, [quero] transmitir ao povo brasileiro: fique tranquilo que todas providências necessárias serão tomadas para dar segurança a todos os trabalhadores, que o INSS vai dar conta do recado."

Ao ser questionado sobre possíveis impactos da crise nas negociações com o Congresso para o fim da jornada de trabalho 6x1, Marinho afirmou que "é natural que as forças políticas interajam e busquem tirar proveito" de episódios como esse. 

No entanto, ele fez questão de destacar que as irregularidades investigadas remontam a gestões anteriores. "Isso é da política. Agora, do ponto de vista concreto, é bom observar que esse é um problema que vem desde 2019, e o governo do presidente Lula, ao tomar conhecimento, determinou rigor nas investigações", concluiu.


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(msn)

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